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domingo, 14 de março de 2010

O fundo da folia (Vejam que absurdo...Carnaval 2010)






Dez dias após o carnaval, resolvi mergulhar com dois amigos na área do Farol da Barra para confirmar a notícia de que havia uma quantidade absurda de lixo espalhada pelo fundo do mar naquela área.
Mesmo com a água um pouco suja por causa das chuvas do dia anterior, logo identificamos o local. Na verdade o lixo não estava espalhado, mas concentrado em um canal provavelmente em razão do movimento das marés. Uma cena lamentável! Eram pelo menos mil e quinhentas latinhas metálicas e garrafas plásticas.
Da superfície o visual parecia com as imagens áreas que vemos dos blocos de carnaval durante a festa momesca. Só que ao invés de estarem pulando, dançando e se beijando ao som frenético e ensurdecedor dos trios elétricos, os foliões do fundo do mar estavam rolando de um lado para o outro numa mórbida coreografia, empurrados silenciosamente pelo balanço do mar, sem dança, sem alegria, sem vida e sem poesia.
A bem da verdade estávamos super desconfortáveis com nossas consciências por termos testemunhado aquela cena e deixado para resolver o problema dias após. Mas tínhamos que tentar a matéria para que a ação não se resumisse somente à coleta do material.
Vou logo informando aos amigos leitores que não sou contra o carnaval, muito pelo contrário, sou fã por diversos motivos, mas acho que a realidade da festa não guarda a menor relação com as belíssimas cenas, as informações rasgadas de elogios e a excessiva euforia amplamente divulgada pela mídia.
Sei que o comprometimento com os patrocinadores e aquela velha guerrinha de vaidades contra os carnavais de outros estados como Pernambuco e Rio de Janeiro, acabam conspirando para isso. Mas vejo aí um modelo cansado, super dimensionado, sem inovações socialmente positivas e remando na direção oposta ao desenvolvimento sustentável da nossa cidade.
Aquele lixo submarino é um pequeno sinal deste retrocesso. Pior, patrocinado solidariamente pelos grandes empresários, artistas e principalmente pelo poder público que tem o dever de melhorar nossa segurança, nossa saúde e educação.
Aproveito o embalo para incluir indignação semelhante sobre os eventos realizados na praia do Porto da Barra durante o verão.

O “Música no Porto” e o “Espicha Verão” não tem trazido nada de bom para nossa cidade, além da oportunidade de vermos ótimos artistas de perto e de graça. De resto, o lixo, o mau cheiro, a degradação ambiental, o xixi pelas ruas, a impressionante quantidade de ambulantes amontoados por todos os espaços públicos e a agressão aos patrimônios históricos, são um grande “pé na bunda” do turista de qualidade.


O fundo do mar não merece aquele bloco reluzente e, ao contrário do asfalto, o oceano costuma revidar violentamente as agressões sofridas.

Não tem alegria alguma no fundo da folia!

3 comentários:

  1. Este é um exemplo dentre muitos da agressão que o meio ambiente sofre com a FALTA DE EDUCAÇÃO ambiental de algumas pessoas... Cadê os órgãos de Fiscalização? Cadê as Multas... será que resolverão se não tiver campanhas na mídia para Educar estas pessoas.... Acorda Brasil!!! Não podemos ficar "Deitados Eternamente em Berço explêndido..."
    Parabéns em divulgar essa materia!!!
    Diego-SE

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  2. PARABENSSSSSSS!!!!! temos que inserir as questões ambientais no carnaval e nas festas populares de Salvador, ate porque o carnval é 1 vez por ano e nossas praias são eternas. A galera que promeveu a limpeza estar de PARABENSSS!!! VAMOS CONSERVAR NOSSAS PRAIAS!!
    Leilanne Santos-Ba

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  3. Absurdo! Quando o homem irá parar de destruir o ambiente em que vive? Até quando ele será tão irracional? Quando irá perceber que todos dependem e precisam dos recursos naturais? E vamos caminhando a passos largos para nossa auto-destruição.
    Julia -Feira de Santana-Ba

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