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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Alfabetização e letramento:


Alfabetização e letramento:

o que é estar alfabetizado


A alfabetização deve ser compreendida como processo que vai muito além da aquisição do código. Estar alfabetizado significa atribuir significado e sentido às funções sociais vinculadas à escrita. Segundo Gordon Wells3 , estar plenamente alfabetizado é ser capaz de compreender diferentes tipos de textos, possuir um repertório de procedimentos e habilidades para relacioná-los em um campo social determinado.

A aquisição do sistema da escrita não promove o desenvolvimento do intelecto mas, sim, a reflexão e o uso da multiplicidade de funções da escrita. Os adultos não alfabetizados, apesar de não dominarem o código escrito, estão imersos em um universo letrado que oferece pistas e possibilidades para um pensamento alfabetizado.

Durante muito tempo, acreditou-se que, primeiro, os educandos deveriam conhecer as letras, saber juntá-las, relacioná-las com a pauta sonora, saber pontuação, regras gramaticais etc. Só depois conseguiriam lidar com a linguagem escrita, ou seja, com a elaboração e compreensão dos textos.

No campo da alfabetização de adultos, essa concepção ainda é muito freqüente. Mesmo os adeptos da análise da realidade, quando no trabalho com a escrita, retrocedem ao ensino hierarquizado (primeiro, letras, depois, sílabas, palavras etc.).

O processo de ensino e aprendizagem da língua visa ao desenvolvimento da competência discursiva (ampliar a capacidade de produzir e interpretar textos orais e escritos), para possibilitar a resolução de problemas do cotidiano, a participação no mundo letrado, contribuindo para o exercício pleno da cidadania. Os textos orais e escritos e seus usos sociais e comunicativos assumem relevância como unidade básica do ensino. O trabalho com a língua escrita na escola deve estar estreitamente vinculado a suas funções comunicativas e sociais, aspectos discursivos e finalidade, sem anular suas características intrínsecas É através do trabalho com a produção e interpretação de textos de uso social (orais e escritos) com a prática de leitura e escrita que a competência textual é desenvolvida nos adultos pouco escolarizados.

Existem formas de discurso e competências apropriadas para diferentes propósitos: para escrever uma carta, uma receita, registrar pensamentos ou regras de jogo, comunicar notícias... O que deve ser ensinado é a possibilidade de uma escrita, leitura e fala autônoma na diversidade de circunstâncias, o que implica em desenvolver formas organizativas e discursivas diferenciadas e realizar atividades distintas com o ler, escrever e falar: re-escrever, parafrasear, citar, revisar, reproduzir, ler para se divertir, ler para buscar informação, ouvir etc.


O que sabem sobre o sistema de escrita

Os adultos não alfabetizados, da nossa sociedade letrada, não desconhecem o sistema da escrita e sua função. Como as crianças, apresentam o critério de quantidade mínima e de variedade interna de letras (um texto, para ser lido e escrito, necessita de certa quantidade mínima de letras (2 ou 3 letras) não repetidas várias vezes).

Ao escrever, resistem a usar suas hipóteses sobre o sistema da escrita, o que ocorre menos com as crianças. Distinguem claramente a grafia dos números da grafia das letras.

Têm maior compreensão das funções sociais da língua que as crianças, apresentando antecipações significativas e pertinentes para os textos de uso social, o que torna mais fácil chegar ao que diz o texto, pois consideram o contexto para realizar as antecipações.

Suas produções de escrita correspondem às das crianças não alfabetizadas (escritas pré-silábica, silábica, silábico-alfabética e alfabética), mas não recorrem a desenhos para produzir escrita nem criam outras letras que não as usadas convencionalmente.

Escrita pré-silábica:

Alfabetização de Jovens e Adultos





Escrita silábica:

Alfabetização de Jovens e Adultos





Escrita silábico-alfabética:

Alfabetização de Jovens e Adultos







Escrita alfabética:

Alfabetização de Jovens e Adultos

As semelhanças e diferenças de concepções sobre o sistema de escrita são decorrentes das condições de vida adulta. Não são processos lineares mas determinados pelas possibilidades diferenciadas de interação com a língua escrita. Considerar as hipóteses e o conhecimento que os adultos possuem sobre a escrita e como a usam é condição sine qua non para um processo de aprendizagem significativa.

Texto extaído: centrodeestudos@vila.org.br

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