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quinta-feira, 24 de junho de 2010

Cenário deixado por chuvas é de destruição

Alagoas e Pernambuco têm 42 mortos e mais de 600 desaparecidos; 50 mil casas foram destruídas na região.
Chuvas em Alagoas causaram prejuízo de R$ 740 milhões

Maceió (Alagoas) - O Secretário de Planejamento de Alagoas, Sérgio Moreira, informou que o Estado sofreu um prejuízo de aproximadamente R$ 740 milhões por causa das chuvas. Um relatório de danos foi entregue ao gabinete civil da presidência, que revela que a reconstrução de mais de 19 mil casas destruídas vão custar R$ 575 milhões.
Segundo Moreira, os dados não estão fechados e ainda dependem da verificação de danos nos municípios. Mas, a reforma de pontes e rodovias deve custar R$ 173 milhões, os sistemas de abastecimento R$ 12 milhões e a pavimentação urbana cerca de R$ 8 milhões.
O secretário acredita que a reconstrução de parte de Alagoas atingida pela chuva deve demorar pelo menos dois anos. Ainda serão avaliados danos causados a escolas, unidades de saúde e prédios públicos. Moreira afirma que uma preocupação é selecionar áreas de novas construções para evitar novas tragédias.
As fortes chuvas que caíram em Alagoas afetaram 21 municípios e deixaram 15 cidades destruídas. São mais de 74 mil pessoas desabrigadas e desalojadas. Ao menos 29 pessoas já morreram em decorrência das chuvas no estado.
Moradores da comunidade quilombola de Muquém, em União dos Palmares, conseguiram se salvar da enchente em Alagoas graças a duas árvores que ficam na região. Cerca de 50 pessoas foram encontradas nesta quinta-feira penduradas nos galhos de duas jaqueiras, durante os trabalhos de buscas. O grupo fazia parte dos 607 desaparecidos, segundo a Defesa Civil do Estado.

16 toneladas de donativos
O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira o envio 16 t de medicamentos e insumos aos estados de Alagoas e Pernambuco, atingidos por enchentes no Nordeste. A quantidade seria suficiente para atender cerca de 113 mil pessoas em um mês.

Nos dois Estados, 46 mortes foram confirmadas.
O ministério envia também 105 profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem, para Alagoas. Além disso, técnicos de vigilância epidemiológica do ministério serão deslocados para Alagoas e Pernambuco, a fim de prestar assessoria às secretarias estaduais sobre a vigilância da qualidade da água para consumo humano e prevenção e vigilância de doenças transmissíveis.

Governo de PE pede ajuda a transportadoras
Ontem à noite, o governo estadual fez um apelo para que empresas transportadoras cedam caminhões para levar alimentos até as vítimas da enchente. As doações estão chegando em grandes quantidades, mas não há transporte para levá-las. A Comissão de Defesa Civil de Pernambuco informou que já distribuiu mais de 266 toneladas de donativos para as cidades atingidas e que 15 caminhões estão saindo diariamente do Recife para o interior. Quase 191 toneladas de alimentos e 60 toneladas de água foram entregues.
Na tarde de ontem, em União dos Palmares, em Alagoas, moradores aguardavam o resultado do trabalho de uma máquina retroescavadeira que revolvia a terra atrás de corpos, a poucos metros do rio Mundaú. Ao lado do rio, em uma das cabeceiras da ponte, o dono de um mercadinho e o filho haviam tentado salvar as mercadorias para o primeiro andar do local, mas toda a estrutura fora arrastada pela força da água. O corpo do proprietário foi encontrado há dois dias, debaixo dos escombros de uma escola estadual; o do filho está desaparecido. A mãe está internada em um hospital de Maceió, sob efeito de sedativos.
Em União, a chuva destruiu ruas onde moravam três mil pessoas em 500 casas, segundo sobreviventes. Bombeiros reclamavam do cansaço nos trabalhos. José de Araújo Batista, de 69 anos, um dos 50 empregados de uma fábrica de leite destruída, não acreditava que voltaria a trabalhar.
- Acabou-se tudo, não posso ficar desempregado. O pessoal precisa trabalhar lá - disse.
Na estrada, máscaras contra o cheiro de decomposição
A estrada de asfalto às margens do rio Mundaú ligando o município a outra cidade atingida, Santana do Mundaú, tornou-se uma via de lama. Guardas de trânsito tentaram organizar o caos de carros. Pessoas andavam com máscaras no rosto por causa do cheiro de decomposição no ar.
Em Rio Largo, depois da enxurrada que contorceu os trilhos do trem e arrastou dormentes pesando 500 quilos, o dia era de sol e reconstrução. Em Branquinha, onde trilhos também foram retorcidos, a prefeita Ana Renata Freitas Lopes quer pedir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chega a Alagoas nesta quinta-feira, a mudança dos limites geográficos da cidade, completamente destruída. Ana Renata quer que Branquinha possa se afastar do rio Mundaú.

Veja fotos:



Veja como ajudar as vítimas:
O Corpo de Bombeiros oferece duas contas para doações em dinheiro: Banco do Brasil, agência 3557-2, conta corrente 5241-8, e na Caixa Econômica Federal, agência 2735, operação 006, conta 955/6.

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